No nosso dia mais mais sagrado, comecamos em um templo taoista. Foi uma das experiencias mais diferentes que tivemos. Jah tinham avisado no templo que um grupo de brasileiros (capoeiristas) iria visitar o local e estava tudo preparado para a nossa recepcao.
Era o dia da Danca do Leao e os leoes foram nos receber na porta. Uma duzia de reporteres foi nos receber, apontando seus canhoes para a gente. Realmente, turistas ou ocidentais em geral nao aparecem por aqui e, por isso, eramos mais estranhos que pessoas vestidas de leao.
A dona do templo e o mestre da danca do leao foram nos receber. Esse senhor eh um grande mestre de kung fu, o maior da Indonesia e foi ele que retomou a danca que durante anos foi proibida pelo ditador Suharto. Conversamos sobre cultura brasileira, capoeira, dancas e lutas. O mestre disse que vai ao Brasil se apresentar.
Depois, fomos orar e conhecer o local. Sao varios os deuses cultuados por eles, imagens indescritiveis. Como numa casa de candomble, cada templo eh dedicado a uma entidade, mas as outras estao ali presentes. Oferendas sao dadas as entidades. Logo na entrada, uma primeira eh o deus da guerra (assim como Ogum). E ali tambem estava sendo muito adorada a deusa dos mares, a quem marinheiros e todos que moram perto do mar pedem protecao (assim como Iemanja).Oramos junto com todos, um momento realmente especial. Nunca vimos tanto incenso aceso, tanta fumaca. Chegava ateh a incomodar os olhos. Terminada essa parte da cerimonia, uma alimentacao coletiva (tambem como no candomble).
Aih, fomos convidados a entrar na roupa dos leoes e fazer a danca. Isso eh uma honra para poucos, muito poucos. Ou seja, nao podiamos negar esse mico. Entramos na roupa do leao de dancamos do jeito que conseguimos (ou seja, de um jeito ridiculo). Provavelmente foi a primeira vez que o Leao taoista vestiu Havaianas na vida.
Na sequencia, um momento que pode assustar um ocidental, realmente diferente. Um dos religiosos estava em transe, em contato com os deuses. Ele estava abeancoando as pessoas, doando um papela sagrado para todos. Soh que esse papel tinha uma letra especial escrita com... sangue. Sangue que ele tirava da propria lingua.
Antes de sair, ainda tocamos um pouco junto com os musicos do templo. Eles usam um tambor e pudemos mostrar alguns toques diferentes para eles.
Foi tudo muito diferente, tudo muito bonito. Uma troca de experiencias fantastica, que foi registrada ateh nos jornais daqui de Surabaya (TV e impresso).